sábado, 24 de outubro de 2009

Pesquisa mostra que governo Lula tirou 20 milhões de pessoas da linha da pobreza

Estudo divulgado esta semana (21/09) pela Fundação Getúlio Vargas, tendo como base os dados de 2008 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE) mostra que 31 milhões de brasileiros melhoraram de vida nos últimos cinco anos, entre os quais quase 20 milhões que saíram da linha de pobreza. Para a senadora Idel i Salvatti, líder do governo no Congresso Nacional, os bons resultados mostrados na pesquisa se devem às políticas adotadas pelo governo do presidente Lula, como a valorização do salário mínimo; a distribuição de renda através de programas como o Bolsa Família: aos investimentos em obras fundamentais para o país e ao estimulo a setores produtivos, como a construção civil, e à redução de impostos que beneficiaram diversos setores.

Segundo o estudo, cerca de 31 milhões de brasileiros subiram de classe social entre os anos de 2003 e 2008. Entre eles, 19,4 milhões de pessoas deixaram a classe E, que traça a linha da pobreza no país, tendo a renda domiciliar inferior a R$ 768,00; e outros 1,5 milhão saíram da classe D (de R$ 768,00 a 1.114,00). Com isso, houve uma queda acumulada de 43% no grupo dos mais pobres neste período.
Ao mesmo tempo, a classe AB, que representa o grupo com renda domiciliar mais elevada (superior a R$ 4.807,00), ganhou 6 milhões de pessoas. A classe C (renda familiar entre R$ 1.115,00 e 4.807,00) é a maioria da população e recebeu 25,9 milhões de brasileiros nos últimos cinco anos.
MOTIVOS - Para o economista da Fundação Getulio Vargas e responsável pelo estudo, Marcelo Néri, o movimento positivo foi puxado impulsionado especialmente pelas políticas de transferência de renda do governo federal, como o Bolsa Família, que traz como impacto direto a melhoria na renda do brasileiro pertencente à camada mais baixa. Ele acredita que as transferências de renda no momento atual de crise podem contribuir para a retomada da economia.
"Se eu reajusto o Bolsa Família, a grande beneficiária é a classe E. Se eu aumento o salário mínimo, por exemplo, quem mais ganha é a classe D. Já se faço reajuste das aposentadorias acima do [salário] mínimo quem ganha mais é a classe AB", diz Néri. "Por isso defendo mais reajustes transitórios ao Bolsa Família do que reajustes permanentes ao mínimo e muito menos ganhos de pensões acima do mínimo, que não beneficiam nem a classe média brasileira."
Para ele, as políticas de renda têm impacto totalmente diferente em termos de desigualdade e de pobreza e na situação atual têm efeito diferente sobre a demanda. "O pobre consome toda a renda dele e, neste momento em que a gente está precisando de um ataque contra a crise, eu diria que o Pelé é o mercado interno e o seu companheiro de ataque é o Tostão do Bolsa Família. Essa é a dupla eficiente que está permitindo ao Brasil sair da crise ou não ter entrado tanto nela", diz.
Néri destacou, ainda, que desde 2001 o Brasil vive um processo de redução da desigualdade. Neste período, a renda per capita dos 10% mais pobres da população subiu 72%, enquanto a dos 10% mais ricos cresceu, aproximadamente, 11%. De acordo com o economista, essa melhora no indicador foi impulsionado principalmente pela renda do trabalho.
"Acho que essa redução de desigualdade foi a grande conquista da década. O fato de ser puxada em cerca de dois terços pela renda do trabalho significa que o brasileiro está gerando sua própria renda. O que temos observado é um boom no mercado de trabalho", ressaltou Neri. Segundo ele, os programas sociais ou aposentadorias foram responsáveis pelos outro um terço do movimento.




Com informação da Agência Brasil

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